Não falaremos do amor
Em terceira pessoa
Como se ele tivesse vontade própria
Como se se impusesse
Aos nossos corações
E vida
Porque o amor
É essa coisa linda
Minha e sua
Que fazemos
Dia após noite
Noite após dia
Na varanda, na cozinha, na pia...
sábado, 31 de outubro de 2015
Falta
O coração
Machucado
Outro tanto
Olhos tristes
Derramam
Outro pranto
O corpo clama
Por você
(Todo canto)
Machucado
Outro tanto
Olhos tristes
Derramam
Outro pranto
O corpo clama
Por você
(Todo canto)
Crise
O tédio chegou
De fininho
Passou por debaixo
Da porta, um dia
Qual camundongo
Como ela previa
Procurava contentamento
Espiando o mundo na janela
Ele pulava de bar em bar
E no final da noite
Achava um jeito
De a culpa ser dela
De fininho
Passou por debaixo
Da porta, um dia
Qual camundongo
Como ela previa
Procurava contentamento
Espiando o mundo na janela
Ele pulava de bar em bar
E no final da noite
Achava um jeito
De a culpa ser dela
Curta
Havia eu
Havia você
E a possibilidade
Não havia
Coincidência
Das vontades
Hoje existimos eu
As lágrimas
A saudade
Havia você
E a possibilidade
Não havia
Coincidência
Das vontades
Hoje existimos eu
As lágrimas
A saudade
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
Reminiscência
Faz tempo que não te vejo
Há tempos
Não há desejo
Faz tempo que não te beijo
Há tempos
Do amor...
Nem um lampejo...
Há tempos
Não há desejo
Faz tempo que não te beijo
Há tempos
Do amor...
Nem um lampejo...
Caidinha
Apaixonar-se
É fazer acrobacias
Sem rede de proteção
É viver entre as nuvens
Os pés esquecerem
O que é o chão
É jogar-se em
Piscina rasa
Afogar-se em contradição
É tentar manter
O bom senso
Explodindo de tesão
Carrinho de rolemã
Sem freio
Descendo em declive
É salto de olhos fechados
É vôo em queda livre
(Deus me livre!)
É fazer acrobacias
Sem rede de proteção
É viver entre as nuvens
Os pés esquecerem
O que é o chão
É jogar-se em
Piscina rasa
Afogar-se em contradição
É tentar manter
O bom senso
Explodindo de tesão
Carrinho de rolemã
Sem freio
Descendo em declive
É salto de olhos fechados
É vôo em queda livre
(Deus me livre!)
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
Flexível
O que você esqueceu
Em seu plano meticuloso
De destruição
É que o caleidoscópio
É belo por ser caótico
Se rearranja
Se restaura
Se refaz
A cada momento
E movimento
Fiel à sua definição
Nunca deixa de ser
O que na verdade é
(Ou quem é)
Em seu plano meticuloso
De destruição
É que o caleidoscópio
É belo por ser caótico
Se rearranja
Se restaura
Se refaz
A cada momento
E movimento
Fiel à sua definição
Nunca deixa de ser
O que na verdade é
(Ou quem é)
Cinza
Lá fora o arranha-céu
Cá dentro arranho a parede
Lá fora os quatro elementos
Cá dentro nada aplaca a sede
Lá fora a turba vibra
Cá dentro a dor de barriga
Lá fora a energia fervilha
Cá dentro a mente é uma ilha
Lá fora a vida grita
"Não te convido"
Cá dentro a mesma decreta:
"Risco de suicídio"
Cá dentro arranho a parede
Lá fora os quatro elementos
Cá dentro nada aplaca a sede
Lá fora a turba vibra
Cá dentro a dor de barriga
Lá fora a energia fervilha
Cá dentro a mente é uma ilha
Lá fora a vida grita
"Não te convido"
Cá dentro a mesma decreta:
"Risco de suicídio"
Desistência
Com tanta água caindo
Poupei meu cavalinho
Da chuva
Mas a peteca no chão
Definitivamente não
Mea culpa
Mais popular que o Wando
(Melhor eu sair andando)
Talvez até seja um erro mas
Segue o enterro
Poupei meu cavalinho
Da chuva
Mas a peteca no chão
Definitivamente não
Mea culpa
Mais popular que o Wando
(Melhor eu sair andando)
Talvez até seja um erro mas
Segue o enterro
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Virtual
Suas palavras
No poema
Leio
Sua voz
Na mensagem
Ouço
Seu rosto
Na foto
Olho...
(... e me molho)
No poema
Leio
Sua voz
Na mensagem
Ouço
Seu rosto
Na foto
Olho...
(... e me molho)
segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Volta
Ao amor
Que transcendeu
Marcou, cravou
Fez morada no subcutâneo
Não se contentou
Em existir
Surgir, vingar
Durar e passar
Como o destino quer
Ao amor
Que teimou
Em sonhos
Sussuros
Cheiros
E lembranças
Me entrego hoje
Nesta vez e de novo
E em todas as outras
Que certamente virão
Que transcendeu
Marcou, cravou
Fez morada no subcutâneo
Não se contentou
Em existir
Surgir, vingar
Durar e passar
Como o destino quer
Ao amor
Que teimou
Em sonhos
Sussuros
Cheiros
E lembranças
Me entrego hoje
Nesta vez e de novo
E em todas as outras
Que certamente virão
domingo, 25 de outubro de 2015
A Cor com que me pintas
Ardente
Quente
Lava vulcânica
Aquece
Enrijece
O que é vivo
Por baixo
Acelera
O movimento
Tira da inércia
Rodopia
Em sonhos
Promessas
E planos
De prazeres
Tamanhos...
Quente
Lava vulcânica
Aquece
Enrijece
O que é vivo
Por baixo
Acelera
O movimento
Tira da inércia
Rodopia
Em sonhos
Promessas
E planos
De prazeres
Tamanhos...
Renúncia
A lua é dos amantes
E a noite convidativa
Uivo para ela
E quem me responde é você
Me liga
Me provoca
E depois volta
Para a focinheira de ouro
Boa sorte!
Quem sabe
Sendo um bom menino
Ela dá uma voltinha no quarteirão
Com você...
E a noite convidativa
Uivo para ela
E quem me responde é você
Me liga
Me provoca
E depois volta
Para a focinheira de ouro
Boa sorte!
Quem sabe
Sendo um bom menino
Ela dá uma voltinha no quarteirão
Com você...
Farmacodinâmica
Ela não lhe serviria como anestésico
Fuga da realidade
Viagem alucinante
Era de outra classe de narcóticos
Muita intensidade
Alta velocidade de distribuição
Excesso de volatividade
(Seu parco metabolismo
Não a aguentaria)
Fuga da realidade
Viagem alucinante
Era de outra classe de narcóticos
Muita intensidade
Alta velocidade de distribuição
Excesso de volatividade
(Seu parco metabolismo
Não a aguentaria)
sexta-feira, 23 de outubro de 2015
Busca
E lá estava você
E era você
E eu também, lá
Sendo eu
Você com sua sede inesgotável
Bebendo de filtro de barro
E eu cachoeira
E porque você era você
E eu era eu
A queda de braço se deu
Porque você salivava
E eu desaguava em outro mar
E porque nós éramos nós
Nunca ficávamos a sós
E teve que ser como foi
(Nunca teríamos desistido
Um do outro)
E era você
E eu também, lá
Sendo eu
Você com sua sede inesgotável
Bebendo de filtro de barro
E eu cachoeira
E porque você era você
E eu era eu
A queda de braço se deu
Porque você salivava
E eu desaguava em outro mar
E porque nós éramos nós
Nunca ficávamos a sós
E teve que ser como foi
(Nunca teríamos desistido
Um do outro)
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Segredos
Não conte!
Não conte
Da mão boba do tio
Não conte
Quantos homens já tiveste
Não conte
Do aborto testemunhado
Não conte do adultério desejado
Tens a praga
Do "xis" em dobro
A marca da vaca-propriedade
A letra escarlate
Marcada a ferro em brasa
No peito esquerdo
Em formato de maçã
Não conte
Da mão boba do tio
Não conte
Quantos homens já tiveste
Não conte
Do aborto testemunhado
Não conte do adultério desejado
Tens a praga
Do "xis" em dobro
A marca da vaca-propriedade
A letra escarlate
Marcada a ferro em brasa
No peito esquerdo
Em formato de maçã
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Triangular
Há um lado terno em mim
Que faz carinho em seus cabelos
E beija as suas pálpebras levemente
Com cuidado para não o acordar
Há um lado carente em mim
Que procura o seu olhar
Que clama por sua atenção
E precisa da firmeza da sua mão
Há um lado fêmea em mim
Que chupa a sua saliva
Morde o seu pescoço
E quer você por dentro
E há esse ser que é você
Que sorve meus três vértices
De um gole só
Desde a primeira noite
Que faz carinho em seus cabelos
E beija as suas pálpebras levemente
Com cuidado para não o acordar
Há um lado carente em mim
Que procura o seu olhar
Que clama por sua atenção
E precisa da firmeza da sua mão
Há um lado fêmea em mim
Que chupa a sua saliva
Morde o seu pescoço
E quer você por dentro
E há esse ser que é você
Que sorve meus três vértices
De um gole só
Desde a primeira noite
Concreta
Não me envaidece
Ser musa
Tema de música ou
Virar poema
Não me enternecem
Telefonemas na madrugada
Músicas dedicadas e nem
Flores na porta
Não me seduzem
Cartas elaboradas
Serenatas de terceiros ou
Cantadas virtuais
Me encanta
Aquele que dá a volta na mesa
Trazendo a taça de vinho
Para ficar mais pertinho
Ser musa
Tema de música ou
Virar poema
Não me enternecem
Telefonemas na madrugada
Músicas dedicadas e nem
Flores na porta
Não me seduzem
Cartas elaboradas
Serenatas de terceiros ou
Cantadas virtuais
Me encanta
Aquele que dá a volta na mesa
Trazendo a taça de vinho
Para ficar mais pertinho
segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Tentativa
Nem tente me esquecer
Desenhei o traço
Do seu lábio inferior
Com o meu dedão
Para que sua boca
Continue falando bem de mim
Aos quatro cantos
Nem tente me esquecer
Entrelacei meus dedos
Nos seus cabelos
Para que penses em mim
Quando chover
Quando tomar vinho
Quando parar no sinaleiro
E quando tomar banho
Nem tente me esquecer
Escrevi nos riscos que fiz
Nas suas costas com as unhas
Que quando estiver longe de mim
Vai lhe faltar o ar
E doer o peito
Nem tente me esquecer
Marquei suas panturrilhas
Com os meus calcanhares
Para você saber
Que sou o susteio agora
De tudo o que te delicia
Nem tente me esquecer
A massagem nos seus pés
Lhe ensinou direitinho
Que a sua zona de conforto
É ao meu lado
Agora e para sempre
Desenhei o traço
Do seu lábio inferior
Com o meu dedão
Para que sua boca
Continue falando bem de mim
Aos quatro cantos
Nem tente me esquecer
Entrelacei meus dedos
Nos seus cabelos
Para que penses em mim
Quando chover
Quando tomar vinho
Quando parar no sinaleiro
E quando tomar banho
Nem tente me esquecer
Escrevi nos riscos que fiz
Nas suas costas com as unhas
Que quando estiver longe de mim
Vai lhe faltar o ar
E doer o peito
Nem tente me esquecer
Marquei suas panturrilhas
Com os meus calcanhares
Para você saber
Que sou o susteio agora
De tudo o que te delicia
Nem tente me esquecer
A massagem nos seus pés
Lhe ensinou direitinho
Que a sua zona de conforto
É ao meu lado
Agora e para sempre
Inesquecível
Você
Me inspirou sonhos
Me sugeriu planos
Me lembrou do amor
Você
Me levou em viagens
Me tirou o fôlego
Me roubou a dor
Você
Se escreveu na minha pele
Se infiltrou na minha vida
Se revestiu de mim
Você
Foi a melhor surpresa
A maior alegria
E a pior perda
Me inspirou sonhos
Me sugeriu planos
Me lembrou do amor
Você
Me levou em viagens
Me tirou o fôlego
Me roubou a dor
Você
Se escreveu na minha pele
Se infiltrou na minha vida
Se revestiu de mim
Você
Foi a melhor surpresa
A maior alegria
E a pior perda
domingo, 18 de outubro de 2015
Erro de Cálculo
Um dia, cansada de ele estar ao meu encalço por tantos anos, dei um giro completo, segurei-o em volta das orelhas e beijei-o longamente, bem no meio daquela barba maravilhosa. Foi pego tão de surpresa, que nem me abraçou. "Sua louca! Afinal, o que você quer?" Não respondi e beijei-o de novo, suplicando em minha cabeça: "Que você me decepcione."
Puxa vida... Devia ter falado em voz alta...
Puxa vida... Devia ter falado em voz alta...
Dia do Médico
Sei que muita gente já passou (ou viu ou soube de alguém com que aconteceu) uma má experiência com médicos. Ou mais de uma. E é chocante, porque, neguem ou não, espera-se uma superioridade moral deste profissional, da mesma forma que se tolera erros de um homem como pai, que viram manchete de jornal, se for uma mãe que faça.
E eu entendo. Errar, de propósito ou não, com uma pessoa doente, fragilizada, ou sua família, é adicionar maldade ao que já é mau.
Mas como hoje é o Dia do Médico, e por óbvios motivos, eu conheço bons médicos aos milhares, gostaria de dizer que também fico doente, que meus filhos e parentes também, e que acumulo muitas histórias de marejar olhos de ternura e gratidão.
Exemplo: o obstetra que me acompanhou na primeira gravidez, e o outro, na segunda e terceira. O anestesista do parto. A médica que operou o rim do meu filho. O neuro que deu conta da minha enxaqueca. O cirurgião que operou a apendicite do me filho. O otorrino que tirou as amígdalas da minha filha. Para eles, só um paciente a mais, num dia de rotina. Para mim, os eventos do século! Eles provavelmente só lembrariam de mim se eu mencionasse que sou médica. Para mim, são inesquecíveis.
E, no outro lado da moeda, tenho colegas que me ajudam com pacientes, cada um na sua área, cuja competência testemunho diariamente. E tenho meus mentores, médicos que me ensinaram e ensinam, que coloco num degrau acima de mim em conhecimento, em quem confio como profissional e pessoa.
Enfim, encontrar bons profissionais na área da Saúde é uma bênção... Parabéns aos meus colegas e amigos, que escolheram essa profissão fascinante, que amam o que fazem e gostam de um desafio. Deus nos ajude e guie, sempre!
E eu entendo. Errar, de propósito ou não, com uma pessoa doente, fragilizada, ou sua família, é adicionar maldade ao que já é mau.
Mas como hoje é o Dia do Médico, e por óbvios motivos, eu conheço bons médicos aos milhares, gostaria de dizer que também fico doente, que meus filhos e parentes também, e que acumulo muitas histórias de marejar olhos de ternura e gratidão.
Exemplo: o obstetra que me acompanhou na primeira gravidez, e o outro, na segunda e terceira. O anestesista do parto. A médica que operou o rim do meu filho. O neuro que deu conta da minha enxaqueca. O cirurgião que operou a apendicite do me filho. O otorrino que tirou as amígdalas da minha filha. Para eles, só um paciente a mais, num dia de rotina. Para mim, os eventos do século! Eles provavelmente só lembrariam de mim se eu mencionasse que sou médica. Para mim, são inesquecíveis.
E, no outro lado da moeda, tenho colegas que me ajudam com pacientes, cada um na sua área, cuja competência testemunho diariamente. E tenho meus mentores, médicos que me ensinaram e ensinam, que coloco num degrau acima de mim em conhecimento, em quem confio como profissional e pessoa.
Enfim, encontrar bons profissionais na área da Saúde é uma bênção... Parabéns aos meus colegas e amigos, que escolheram essa profissão fascinante, que amam o que fazem e gostam de um desafio. Deus nos ajude e guie, sempre!
sábado, 17 de outubro de 2015
Salivando
Essa sua boca linda
Tão quente
Tão perto da minha
É a porta
Prá tudo que é bom
Meus lábios de edredon...
Tão quente
Tão perto da minha
É a porta
Prá tudo que é bom
Meus lábios de edredon...
Sussurro
Meu poeta
Meu lindo
Recebe em teu ouvido:
Se escolherias
Morrer ao lado de teu amor
Por que escolhes viver sem ele?
Meu lindo
Recebe em teu ouvido:
Se escolherias
Morrer ao lado de teu amor
Por que escolhes viver sem ele?
Muso
Não veio prá dividir
Tempo
Espaço
Conta bancária
Não veio para durar
Mais que o encanto
O enlevo
O sonho
Não veio para ser
Um problema
Apenas tema
De um poema
(Na verdade, uns vinte...)
Tempo
Espaço
Conta bancária
Não veio para durar
Mais que o encanto
O enlevo
O sonho
Não veio para ser
Um problema
Apenas tema
De um poema
(Na verdade, uns vinte...)
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Vermelho
Nesta noite
Quem me procura
Não me acha
Nesta noite
Estou a fim
De fazer graça
Esta noite
Tem cortina
De fumaça
Nesta noite
Trago garrafa
E sirvo taça
Nesta noite
A solidão
Não me ameaça
Nesta noite
Nossa história se
Desembaraça
(Desta noite
Você não passa)
Quem me procura
Não me acha
Nesta noite
Estou a fim
De fazer graça
Esta noite
Tem cortina
De fumaça
Nesta noite
Trago garrafa
E sirvo taça
Nesta noite
A solidão
Não me ameaça
Nesta noite
Nossa história se
Desembaraça
(Desta noite
Você não passa)
Sororidade
Não pensa que não sei
Dos seus encantos
Sua beleza
Sua alegria
Sua transparência
Sua força
Não há razão
Para estranheza
Não somos rivais
Você é uma mulher
Como nenhuma outra
E eu também
Dos seus encantos
Sua beleza
Sua alegria
Sua transparência
Sua força
Não há razão
Para estranheza
Não somos rivais
Você é uma mulher
Como nenhuma outra
E eu também
Como vou?
Bem...
A vida segue aos poucos
Os sonhos diluem-se aos muitos
Os demônios são expulsos aos trancos
As quedas dão-se aos barrancos
O doce se esconde ao fundo
A raiva é espantada aos gritos
A dúvida retira-se à francesa
O frango é servido à cubana
Os problemas discutidos à exaustão
E continuo feliz (à moda da casa)
A vida segue aos poucos
Os sonhos diluem-se aos muitos
Os demônios são expulsos aos trancos
As quedas dão-se aos barrancos
O doce se esconde ao fundo
A raiva é espantada aos gritos
A dúvida retira-se à francesa
O frango é servido à cubana
Os problemas discutidos à exaustão
E continuo feliz (à moda da casa)
quarta-feira, 14 de outubro de 2015
Promessa
Um dia escreverei sobre amor
E não será para você
Um dia lerei um poema
E não me sentirei ante você
Um dia ouvirei sobre saudade
Não pensarei naquela após você
Um dia caminharei para a felicidade
Mas não será até você
Um dia gozarei num sonho
E não será com você
Um dia farei planos diabólicos
Que não serão contra você
(Um dia acharei até graça
Um dia você passa)
E não será para você
Um dia lerei um poema
E não me sentirei ante você
Um dia ouvirei sobre saudade
Não pensarei naquela após você
Um dia caminharei para a felicidade
Mas não será até você
Um dia gozarei num sonho
E não será com você
Um dia farei planos diabólicos
Que não serão contra você
(Um dia acharei até graça
Um dia você passa)
Ciclos
Quem define com precisão
A hora em que termina o dia
E em que a noite se inicia?
Serão os últimos raios de sol?
Será o luar a brilhar?
Serão os trabalhadores em casa?
Serão os boêmios na rua?
Serão as trabalhadoras da rua?
Quem define com precisão
Os rumos do meu coração?
Será o Fulano a sumir?
Ou será o Sicrano a chegar?
A hora em que termina o dia
E em que a noite se inicia?
Serão os últimos raios de sol?
Será o luar a brilhar?
Serão os trabalhadores em casa?
Serão os boêmios na rua?
Serão as trabalhadoras da rua?
Quem define com precisão
Os rumos do meu coração?
Será o Fulano a sumir?
Ou será o Sicrano a chegar?
terça-feira, 13 de outubro de 2015
Romance
Na afinidade das almas
O melhor vem à tona
Os espíritos florescem
A pureza brota
As intenções são claras
A paz invade as decisões
Os olhares se procuram
Os destinos se ajustam
Não acreditar no amor
Deixa de ser opção
O melhor vem à tona
Os espíritos florescem
A pureza brota
As intenções são claras
A paz invade as decisões
Os olhares se procuram
Os destinos se ajustam
Não acreditar no amor
Deixa de ser opção
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
Escritora
A poesia
Me faz alada
Transporta-me leve
Nessa viagem sagrada
Os poemas
Me fazem serena
Ajudam-me a suportar
O peso das minhas penas
Me faz alada
Transporta-me leve
Nessa viagem sagrada
Os poemas
Me fazem serena
Ajudam-me a suportar
O peso das minhas penas
Querido
Quero tingir seus sonhos com as minhas cores
Do mesmo jeito que você fez com os meus
Quero ser o maior dos seus amores
E o brilho dos olhos seus
Porque a minha vida se transformou em uma noite
E já era tempo de aprender a amar de verdade
Porque o admiro e o quero e o amo
E entre nós não pode haver saudade
Vem para mim, meu vício
Minha vida, alegria, meu viço
Sejamos felizes enquanto há tempo
De viver e fazer rebuliço
Do mesmo jeito que você fez com os meus
Quero ser o maior dos seus amores
E o brilho dos olhos seus
Porque a minha vida se transformou em uma noite
E já era tempo de aprender a amar de verdade
Porque o admiro e o quero e o amo
E entre nós não pode haver saudade
Vem para mim, meu vício
Minha vida, alegria, meu viço
Sejamos felizes enquanto há tempo
De viver e fazer rebuliço
domingo, 11 de outubro de 2015
Locomotiva
Meu coração de criança
Seguia viagem
Na sua direção
Até chegar
A malvada mensagem
Pulou a estação
"E se...?"
E não desceu na
"Mas e quando...?"
Apeou tranquilo
E feliz
Na estação
"Foi ele quem não quis"
Seguia viagem
Na sua direção
Até chegar
A malvada mensagem
Pulou a estação
"E se...?"
E não desceu na
"Mas e quando...?"
Apeou tranquilo
E feliz
Na estação
"Foi ele quem não quis"
Lição
Passei a minha vida
Fugindo da loucura
Entre livros da Ciência
Decorando estatísticas
Confiando em probabilidades
E investindo em romances
Prá lá de improváveis
Talvez eu tenha merecido
A puxada de tapete
As pernas lançadas ao ar
A queda dura na realidade
Ainda não sei o que é
Mas um dia eu aprendo
Fugindo da loucura
Entre livros da Ciência
Decorando estatísticas
Confiando em probabilidades
E investindo em romances
Prá lá de improváveis
Talvez eu tenha merecido
A puxada de tapete
As pernas lançadas ao ar
A queda dura na realidade
Ainda não sei o que é
Mas um dia eu aprendo
sábado, 10 de outubro de 2015
Distância
Não tenho pressa...
Tão certo quanto as gotas
Seguem uma única direção
Atraídas pela Terra
Tão certo quanto o outono
Chega após o verão
E a borboleta sai do casulo
No momento exato de colorir
E expressar beleza
Seus pés caminham para mim
Sua vida vai encontrar a minha
A semente já foi lançada
O desabrochar vai acontecer
Va
Ga
Ro
Sa
Men
Te...
Tão certo quanto as gotas
Seguem uma única direção
Atraídas pela Terra
Tão certo quanto o outono
Chega após o verão
E a borboleta sai do casulo
No momento exato de colorir
E expressar beleza
Seus pés caminham para mim
Sua vida vai encontrar a minha
A semente já foi lançada
O desabrochar vai acontecer
Va
Ga
Ro
Sa
Men
Te...
Aprendizado
Você chegou de surpresa
No momento errado
De amar mais alguém
Você durou mais do que devia
Fez uma baguncinha
E colocou tudo no devido lugar
Você me intimidou
Questionou, desafiou
Me desestabilizou
Você foi embora e me ensinou
Que quando a intuição avisa
É melhor eu escutar...
No momento errado
De amar mais alguém
Você durou mais do que devia
Fez uma baguncinha
E colocou tudo no devido lugar
Você me intimidou
Questionou, desafiou
Me desestabilizou
Você foi embora e me ensinou
Que quando a intuição avisa
É melhor eu escutar...
Nostalgia
Hoje acabou a energia
Hoje acabou a alegria
Me entrego assim
Rezando para que você exista
Em algum outro lugar
Além de dentro de mim
Hoje acabou a alegria
Me entrego assim
Rezando para que você exista
Em algum outro lugar
Além de dentro de mim
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Dicotomia
Reúno as minhas forças
Para subir a infinita escada
Mas se Deus me queria no Céu
Por que não me fez alada?
(O diabo me oferece diariamente
Uma roupa de amianto)
Para subir a infinita escada
Mas se Deus me queria no Céu
Por que não me fez alada?
(O diabo me oferece diariamente
Uma roupa de amianto)
quinta-feira, 8 de outubro de 2015
Vida
Essa eterna procura por equilíbrio
Enquanto o chão ondula
O céu cai em cima da cabeça
E a carne treme
Esse ínterim improvável
Entre o nascer e o morrer
A cronicidade e o surto
O normal e a labirintite
Esse correr contra o tempo
Chorar perdas e desperdícios
Comemorar os aparentes triunfos
E gozar o máximo de vezes que puder
Enquanto o chão ondula
O céu cai em cima da cabeça
E a carne treme
Esse ínterim improvável
Entre o nascer e o morrer
A cronicidade e o surto
O normal e a labirintite
Esse correr contra o tempo
Chorar perdas e desperdícios
Comemorar os aparentes triunfos
E gozar o máximo de vezes que puder
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
Chamado
Vem passear
Por essas bandas
Tenho lugares
Prá mostrar
E histórias prá contar
Vem passear
Por essas bandas
Lá pelas tantas
Você não vai querer
Mais voltar (pro seu lugar)
Por essas bandas
Tenho lugares
Prá mostrar
E histórias prá contar
Vem passear
Por essas bandas
Lá pelas tantas
Você não vai querer
Mais voltar (pro seu lugar)
Paixão
Tirou-me a paz
Robou-me o sono
Jogou-me na turbulência
Isso não se faz
Me fazer tão consciente
Da sua existência...
Robou-me o sono
Jogou-me na turbulência
Isso não se faz
Me fazer tão consciente
Da sua existência...
Repetição
Cada vez que se conta uma história
Ela acontece de novo
Cada vez que se nota uma saudade
A pessoa se vai novamente
Cada vez que se chora uma perda
Ela acontece mais uma vez
Cada vez que se lamenta um sonho perdido
O momento de realizá-lo foge prá nunca mais
Mas o que marca
O que é registrado
Na memória afetiva
De bom e de mau
Assalta, assola
E nunca pede licença
Não peça desculpa
Por sentir
Não se sinta culpado
Por viver
Administre
Se puder
Ela acontece de novo
Cada vez que se nota uma saudade
A pessoa se vai novamente
Cada vez que se chora uma perda
Ela acontece mais uma vez
Cada vez que se lamenta um sonho perdido
O momento de realizá-lo foge prá nunca mais
Mas o que marca
O que é registrado
Na memória afetiva
De bom e de mau
Assalta, assola
E nunca pede licença
Não peça desculpa
Por sentir
Não se sinta culpado
Por viver
Administre
Se puder
terça-feira, 6 de outubro de 2015
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
Showman
Vaidosa que sou
Desci do palco
Para você subir
Ganhou o meu olhar
Está aqui o holofote
Espero na primeira fileira
Joelhos juntos
Mãos nas coxas
Sorriso ansioso
Arranca-me aplausos
Surpreenda-me, poeta!
Desci do palco
Para você subir
Ganhou o meu olhar
Está aqui o holofote
Espero na primeira fileira
Joelhos juntos
Mãos nas coxas
Sorriso ansioso
Arranca-me aplausos
Surpreenda-me, poeta!
Paciente
No mosaico
Que compunha
O livro de sua vida
As histórias nunca eram curtas
Nada era alta combustão
Ascensão, domínio e queda
Volta a cinzas, carvão
Fugaz, assim? Não...
Pelo contrário
Extendiam-se por anos
Décadas até
O fogo que parecia extinguir-se
Era sempre uma brasa escondida
Aguardando um soprinho
Do seu interesse
E assim eram
Os loucos que a criaram
E ela amou
Os poderosos que a desejaram
E ela odiou
Os pulguentos que mordiam
E ela dispensou
Os que a tocaram com delicadeza
E ela preservou
Mas, acima de tudo
Aprendeu a esperar
A acreditar no que é belo
Verdadeiramente querido
E não tem pressa em acontecer
Que compunha
O livro de sua vida
As histórias nunca eram curtas
Nada era alta combustão
Ascensão, domínio e queda
Volta a cinzas, carvão
Fugaz, assim? Não...
Pelo contrário
Extendiam-se por anos
Décadas até
O fogo que parecia extinguir-se
Era sempre uma brasa escondida
Aguardando um soprinho
Do seu interesse
E assim eram
Os loucos que a criaram
E ela amou
Os poderosos que a desejaram
E ela odiou
Os pulguentos que mordiam
E ela dispensou
Os que a tocaram com delicadeza
E ela preservou
Mas, acima de tudo
Aprendeu a esperar
A acreditar no que é belo
Verdadeiramente querido
E não tem pressa em acontecer
domingo, 4 de outubro de 2015
Mulher
O meu poder
Tem formato de pêra
Já abrigou serezinhos
Foi fonte de vida
E amor sem fim
O meu poder
Tem massa cinzenta
Velocidade de raios
Conhecimento adquirido
E soluções de problemas
O meu poder
Tem formato de pétalas
Gosto de maçã
Apelidos bonitos e feios
E causa perseguições infindáveis
O meu poder
Tem curvas derrapantes
Mata fome e apetites
Inspira chegada e acolhimento
E aguarda quem merece
Tem formato de pêra
Já abrigou serezinhos
Foi fonte de vida
E amor sem fim
O meu poder
Tem massa cinzenta
Velocidade de raios
Conhecimento adquirido
E soluções de problemas
O meu poder
Tem formato de pétalas
Gosto de maçã
Apelidos bonitos e feios
E causa perseguições infindáveis
O meu poder
Tem curvas derrapantes
Mata fome e apetites
Inspira chegada e acolhimento
E aguarda quem merece
Pausa
Às vezes o cansaço me alcança
Nesta incessante procura
Da melhor versão de mim
A vida me chacoalha
O tempo todo
Numa nauseante alternância
De emoções
Me esvaio em poesia
Desejo sexual
E declarações de amor:
As (bem)ditas
As reais
E as encenadas
Também
Nesta incessante procura
Da melhor versão de mim
A vida me chacoalha
O tempo todo
Numa nauseante alternância
De emoções
Me esvaio em poesia
Desejo sexual
E declarações de amor:
As (bem)ditas
As reais
E as encenadas
Também
Ex-Detento
Liberte-se
De quem você acha que é
Do que você achou sem querer
De quem você considerou um achado
E não era
Liberte-se
Do que lhe foi ensinado
Do ideal que você inventou
Das amarras amargas do passado
Liberte-se da métrica
Liberte-se
Das imagens bonitas da revista
Da competição imbecil com o vizinho
Do que você quer sem saber o motivo
Da obrigação de rimar
Liberte-se e
Dê-se a chance
De encontrar a si mesmo
De quem você acha que é
Do que você achou sem querer
De quem você considerou um achado
E não era
Liberte-se
Do que lhe foi ensinado
Do ideal que você inventou
Das amarras amargas do passado
Liberte-se da métrica
Liberte-se
Das imagens bonitas da revista
Da competição imbecil com o vizinho
Do que você quer sem saber o motivo
Da obrigação de rimar
Liberte-se e
Dê-se a chance
De encontrar a si mesmo
sábado, 3 de outubro de 2015
Devagar
Que chegue lento
E sem pressa
Sincero
E sem promessa
Que chegue
Quieto
E com calma
E de leve beije-me a alma
Que chegue
Prá dividir
Um momento
Um lençol
Um movimento
Que venha
Adoçar minha poesia
E admirando
Conserve-me a alegria
Que venha
No sopro do vento
Que me invada
O pensamento
Que seja feliz
Em me ter
E que dure
Enquanto valer
E sem pressa
Sincero
E sem promessa
Que chegue
Quieto
E com calma
E de leve beije-me a alma
Que chegue
Prá dividir
Um momento
Um lençol
Um movimento
Que venha
Adoçar minha poesia
E admirando
Conserve-me a alegria
Que venha
No sopro do vento
Que me invada
O pensamento
Que seja feliz
Em me ter
E que dure
Enquanto valer
Sobre a Natureza Humana
Tem gente que encontra palavras
Sobre sentimentos e desejos
E acerta
Enquanto um vira político
O outro torna-se poeta
Sobre sentimentos e desejos
E acerta
Enquanto um vira político
O outro torna-se poeta
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Pedido
Abraça-me
Como se não tivesse
Prá quem voltar
Como se não houvesse
O que temer
Como se não doesse
Se despedir
Como se o ato
Não fosse tolhido
Abraça-me
Como se não estivesse
A me odiar
Como se não atendêssemos a
Nenhum dever
Como se não importasse
O que está por vir
Como se você tivesse
Me escolhido
Como se fosse
A última vez
"Me dá um beijo?"
"Agora, dou"
Como se não tivesse
Prá quem voltar
Como se não houvesse
O que temer
Como se não doesse
Se despedir
Como se o ato
Não fosse tolhido
Abraça-me
Como se não estivesse
A me odiar
Como se não atendêssemos a
Nenhum dever
Como se não importasse
O que está por vir
Como se você tivesse
Me escolhido
Como se fosse
A última vez
"Me dá um beijo?"
"Agora, dou"
Fixação
Sou
Seu sonho disforme
Fantasia que dorme
Onde você se desfaz
Sou
Um rabisco tênue
Sua inquietação perene
Viagem fugaz
Sou
Fumaça enganosa
Ilusão amorosa
Desiste, rapaz...
Seu sonho disforme
Fantasia que dorme
Onde você se desfaz
Sou
Um rabisco tênue
Sua inquietação perene
Viagem fugaz
Sou
Fumaça enganosa
Ilusão amorosa
Desiste, rapaz...
Cansaço
Há muito tempo
Que desisiti
Da perfeição
Há muito tempo
Me contentaria
Com o básico
Um salto
Sem queda
Um pliê sem cãimbra
Uma esperança
Uma trégua
Uma música
Que não desafine
Que desisiti
Da perfeição
Há muito tempo
Me contentaria
Com o básico
Um salto
Sem queda
Um pliê sem cãimbra
Uma esperança
Uma trégua
Uma música
Que não desafine
Equilibrista
Nem tudo o que morre
Fecha os olhos
E vai para debaixo da terra
Às vezes, continua a existir
E nos força a lidar
Com as consequências
Nem tudo o que morre
Fecha os olhos
E vai para debaixo da terra
Deixa de existir
Às vezes, continua a reverberar
E nos força a lidar com as reticências
E nessa corda bamba
Entre a loucura e a sanidade
Só nos resta
Abraçar os sonhos dos vivos
Rezar pelos fantasmas
E encarar a ameaça dos mortos-vivos
Fecha os olhos
E vai para debaixo da terra
Às vezes, continua a existir
E nos força a lidar
Com as consequências
Nem tudo o que morre
Fecha os olhos
E vai para debaixo da terra
Deixa de existir
Às vezes, continua a reverberar
E nos força a lidar com as reticências
E nessa corda bamba
Entre a loucura e a sanidade
Só nos resta
Abraçar os sonhos dos vivos
Rezar pelos fantasmas
E encarar a ameaça dos mortos-vivos
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Encontro
Ali
Onde o assunto acaba
Ou é interrompido
Ali
Onde seu sussurro
Chega ao pé do meu ouvido
Ali
Onde eu o quero
E você me quer também
Ali
Tem que ser você
E mais ninguém
Onde o assunto acaba
Ou é interrompido
Ali
Onde seu sussurro
Chega ao pé do meu ouvido
Ali
Onde eu o quero
E você me quer também
Ali
Tem que ser você
E mais ninguém
Início
Pode parecer desinteresse
Mas na verdade
É timidez
Recuo para que me dês
O olhar espontâneo
A atenção não solicitada
Aguardo pacientemente
No seco
Inunda-me...
Mas na verdade
É timidez
Recuo para que me dês
O olhar espontâneo
A atenção não solicitada
Aguardo pacientemente
No seco
Inunda-me...
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