Sobre meninos e lápides
Bacalhau e estrada
Perseguições e desencontros
Café e futuro
Sobre terras distantes
E inícios de vida
Precauções
E tratos a longo prazo
Sobre cidades e fases
Vontades e limites
Promessas, surpresas
Caminhadas e joelhos
Natal
Ano Novo
Cansaço
Casamento
Pisões nos pés
Contas de matemática
Cabelos
Vestidos
E confiança
Nossas bocas que tantos assuntos cobriram
Não cobriram uma à outra como deveriam
E não disseram as frases suplicantes dos olhos:
"Eu te amo", "Eu te quero".
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Existência
E o que é a vida
Se não este perene ato
De tentativa de equilíbrio
De rir do palhaço
Enquanto se estica o braço
E situa-se melhor na corda bamba
De flertar com o poeta
Enquanto se coloca uma madeira
Nos molares do leão
De comer arroz e feijão
E tentar ouvir
O farfalhar das asas dos anjos
De agarrar-se a tábuas flutuantes
Para diminuir a sensação de desamparo
Da corrente imprevisível do rio
Na negação do óbvio
Em prol da sobrevivência suportável
Elogiar a toalha áspera
Por sua ação esfoliante na pele
Abrir o guarda-chuva
Enquanto sonha com o arco-íris
Chamar de mágico e misterioso
O que não passa de ignorância limitante
Escrever poesias
Enquanto arranca ervas daninhas
E essa desastrosa, penosa
Incoerente e irresistível
Mania de tentar defini-la...
Se não este perene ato
De tentativa de equilíbrio
De rir do palhaço
Enquanto se estica o braço
E situa-se melhor na corda bamba
De flertar com o poeta
Enquanto se coloca uma madeira
Nos molares do leão
De comer arroz e feijão
E tentar ouvir
O farfalhar das asas dos anjos
De agarrar-se a tábuas flutuantes
Para diminuir a sensação de desamparo
Da corrente imprevisível do rio
Na negação do óbvio
Em prol da sobrevivência suportável
Elogiar a toalha áspera
Por sua ação esfoliante na pele
Abrir o guarda-chuva
Enquanto sonha com o arco-íris
Chamar de mágico e misterioso
O que não passa de ignorância limitante
Escrever poesias
Enquanto arranca ervas daninhas
E essa desastrosa, penosa
Incoerente e irresistível
Mania de tentar defini-la...
sexta-feira, 22 de janeiro de 2016
Cortejo
Bem-vindo o "oi"
Que abre a porta
Para as possibilidades
Bem vinda
A disponibilidade
Bem vindas as vontades
De conversar mais
De saber mais
De se expor mais
De existir um pouco mais
Para o outro
Bem-vindo o genuíno
O espontâneo
E a falta de estratégia
Bem-vindo o primero emoticon
Com coraçõezinhos
No lugar dos olhinhos
Bem-vindo o gelinho
Na barriga
Quando se pensa
"E quando...?"
Bem-vindas as piadas
Que quebram o gelo
Bem-vindo
Meu lindo
Sinta-se em casa
(Assim que eu disser
Que pode...)
Que abre a porta
Para as possibilidades
Bem vinda
A disponibilidade
Bem vindas as vontades
De conversar mais
De saber mais
De se expor mais
De existir um pouco mais
Para o outro
Bem-vindo o genuíno
O espontâneo
E a falta de estratégia
Bem-vindo o primero emoticon
Com coraçõezinhos
No lugar dos olhinhos
Bem-vindo o gelinho
Na barriga
Quando se pensa
"E quando...?"
Bem-vindas as piadas
Que quebram o gelo
Bem-vindo
Meu lindo
Sinta-se em casa
(Assim que eu disser
Que pode...)
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
Contrato Hipócrita
Eu não falo
Você não menciona
Ignoramos o elefante
No meio da sala
O sol não cega
Apesar da peneira
Tão frágil e furadinha
O espinho só dói
Se pusermos os pés
No chão
(E todo mundo sorrindo
Para a foto do jornal)
Você não menciona
Ignoramos o elefante
No meio da sala
O sol não cega
Apesar da peneira
Tão frágil e furadinha
O espinho só dói
Se pusermos os pés
No chão
(E todo mundo sorrindo
Para a foto do jornal)
terça-feira, 19 de janeiro de 2016
Descompasso
E o poeta desdobrava-se em palavras
E serenatas sem fim
Debulhava-se, esbugalhava-se
Exprimia-se e espremia-se
Neuzinha sorria
E se envaidecia
Mas ele exagerava
E ela não entendia
Numa noite que soava
Particularmente solene
Ele suava frio e quase chorava
Ela observava e piscava
Interrompeu-o
"Mas, homem, explique-se!"
Após umas quinze frases mais
Percebendo não ser entendido:
"Ó razão de meu viver
Quero te pedir garantias
De que serás sempre
Sempre, sempre só minha..."
Neuzinha gargalhou
E respondeu com sinceridade
Nada poética:
"Fique frio, homem,
Não te botarei corno, não!"
(Casaram-se em dois anos, porque ela cozinhava muito bem).
E serenatas sem fim
Debulhava-se, esbugalhava-se
Exprimia-se e espremia-se
Neuzinha sorria
E se envaidecia
Mas ele exagerava
E ela não entendia
Numa noite que soava
Particularmente solene
Ele suava frio e quase chorava
Ela observava e piscava
Interrompeu-o
"Mas, homem, explique-se!"
Após umas quinze frases mais
Percebendo não ser entendido:
"Ó razão de meu viver
Quero te pedir garantias
De que serás sempre
Sempre, sempre só minha..."
Neuzinha gargalhou
E respondeu com sinceridade
Nada poética:
"Fique frio, homem,
Não te botarei corno, não!"
(Casaram-se em dois anos, porque ela cozinhava muito bem).
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
Objetivo
Escrevo para lustrar o meu couro
Surrado pelas palavras
Que eu jamais deveria ter escutado
E para polir o embaçamento dos olhos
Que choram a morte do homem
Que eu não deveria mesmo ter amado
Para materializar o invisível
Que carrego dentro do peito
Sem negar a realidade
Do que não amo, mas aceito
Para criar dourado
No que é fosco
E valor dar
Ao que é tosco
Porque viver me foi imposto
Mas ser feliz me é imperativo
Porque pra dor eu dou desgosto
(Com meu espírito combativo)
Surrado pelas palavras
Que eu jamais deveria ter escutado
E para polir o embaçamento dos olhos
Que choram a morte do homem
Que eu não deveria mesmo ter amado
Para materializar o invisível
Que carrego dentro do peito
Sem negar a realidade
Do que não amo, mas aceito
Para criar dourado
No que é fosco
E valor dar
Ao que é tosco
Porque viver me foi imposto
Mas ser feliz me é imperativo
Porque pra dor eu dou desgosto
(Com meu espírito combativo)
sábado, 16 de janeiro de 2016
Lamento
Quisera não ter sido
Idealizado
Sonhado
E tão querido
Quisera não ter sido
Tão desejado
E tão sofrido
Quisera ao menos ter sido
Concretizado
(Mesmo que depois perdido)
E não massacrado
E moído...
Quisera ao menos ter sido vivido...
(Porque agora o patamar ficou alto demais)
Idealizado
Sonhado
E tão querido
Quisera não ter sido
Tão desejado
E tão sofrido
Quisera ao menos ter sido
Concretizado
(Mesmo que depois perdido)
E não massacrado
E moído...
Quisera ao menos ter sido vivido...
(Porque agora o patamar ficou alto demais)
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Update
O nosso rio
Hoje
Muita água
Uma mágoa
Caudalosa
Como a que
Você me deu
Já não mais
Pularíamos
De uma pedra
À outra
De mãos dadas
Nem reclamaríamos
Do cheiro
Não
Hoje mergulharíamos
E eu me agarraria
Aos seus pêlos
Sua barba
Seu cabelo
E não o largaria
Jamais
Hoje
Muita água
Uma mágoa
Caudalosa
Como a que
Você me deu
Já não mais
Pularíamos
De uma pedra
À outra
De mãos dadas
Nem reclamaríamos
Do cheiro
Não
Hoje mergulharíamos
E eu me agarraria
Aos seus pêlos
Sua barba
Seu cabelo
E não o largaria
Jamais
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
Out of the box
Fora da realidade
Em que se enquadrava
O futuro expandido
Pacientemente
A esperava
(Tinha o mapa do mundo
Nas próprias asas)
Em que se enquadrava
O futuro expandido
Pacientemente
A esperava
(Tinha o mapa do mundo
Nas próprias asas)
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
Real
Existem dias
Em que não há poesia
Há catarro no peito
E bolhas nos pés
Paciente desmaiando
E filha com conjuntivite
Amigo que desfaz negócio
E amor que não vinga
Amiga em trabalho de parto prematuro
E pneu de carro que fura
Existem dias
Em que não levantar da cama
É melhor a se fazer
Em que não há poesia
Há catarro no peito
E bolhas nos pés
Paciente desmaiando
E filha com conjuntivite
Amigo que desfaz negócio
E amor que não vinga
Amiga em trabalho de parto prematuro
E pneu de carro que fura
Existem dias
Em que não levantar da cama
É melhor a se fazer
sábado, 9 de janeiro de 2016
Desafio
Teu segredo e maior medo
Giro displicente no meu dedo
Tua sede, chama e pavio
Ansiedade e arrepio
Gana, vontade e fome
Têm as letras do meu nome
(Confessa, vai...)
Giro displicente no meu dedo
Tua sede, chama e pavio
Ansiedade e arrepio
Gana, vontade e fome
Têm as letras do meu nome
(Confessa, vai...)
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
Cardio versus G.O.
Eu tive dúvida entre me especializar em ginecologia/obstetrícia ou cardiologia, até o final da faculdade.
Tive um tio que morreu de endocardite (infecção dentro do coração), e morei ao lado de uma clínica de cardiologia, me embrenhei nela no sexto ano, e então acabei decidindo por isso. Também não gosto de operar: o corte-costura, cheiro de sangue, passar calor debaixo de holofotes imensos, com um peso enorme de roupa, horas e horas em pé, sem saber se está chovendo ou sol lá fora. Não é pra mim.
Mas eu olho uma foto do meu amigo, Dr. Marcelo Lopes, uma coisa miudinha nas mãos dele, e me lembro do encanto que foi ser treinada nessa área... Testemunhar o nascimento de um bebê, cirúrgico ou normal, com tanta possibilidade de vida pela frente, e a (re)criação de uma mãezinha é um privilégio. Consigo lembrar da sensação tátil do corpinho, os movimentos e manobras, quando tudo evolui normalmente, a intensidade do evento. E um ou outro caso mais complicado, que marcou.
Lembro da maioria das altas que damos no setor da Obstetrícia: uma família feliz, iniciando um novo capítulo da vida. É raro o óbito, um desfecho infeliz.
Bons obstetras são agressivos o suficiente para tomar decisões sérias em tempo hábil para salvar vidas (têm temperamento de cirurgiões), mas lidam com mulheres, numa época única da vida, então são também sensíveis e amorosos.
Não deve ser fácil lidar com o descaso com a saúde pública, numa situação dessas. Brigar por vaga de UTI para bebê de alto risco, antes mesmo que o parto aconteça, não ter luva no tamanho adequado e outros materiais necessários, enfrentar modismos inconsequentes, a mídia, e por aí vai... Se ser médico fosse apenas a parte científica da profissão, seria um paraíso!
Essa foto me trouxe de volta aquela ternura no coração. Obrigada, Lo Lopes.
Tive um tio que morreu de endocardite (infecção dentro do coração), e morei ao lado de uma clínica de cardiologia, me embrenhei nela no sexto ano, e então acabei decidindo por isso. Também não gosto de operar: o corte-costura, cheiro de sangue, passar calor debaixo de holofotes imensos, com um peso enorme de roupa, horas e horas em pé, sem saber se está chovendo ou sol lá fora. Não é pra mim.
Mas eu olho uma foto do meu amigo, Dr. Marcelo Lopes, uma coisa miudinha nas mãos dele, e me lembro do encanto que foi ser treinada nessa área... Testemunhar o nascimento de um bebê, cirúrgico ou normal, com tanta possibilidade de vida pela frente, e a (re)criação de uma mãezinha é um privilégio. Consigo lembrar da sensação tátil do corpinho, os movimentos e manobras, quando tudo evolui normalmente, a intensidade do evento. E um ou outro caso mais complicado, que marcou.
Lembro da maioria das altas que damos no setor da Obstetrícia: uma família feliz, iniciando um novo capítulo da vida. É raro o óbito, um desfecho infeliz.
Bons obstetras são agressivos o suficiente para tomar decisões sérias em tempo hábil para salvar vidas (têm temperamento de cirurgiões), mas lidam com mulheres, numa época única da vida, então são também sensíveis e amorosos.
Não deve ser fácil lidar com o descaso com a saúde pública, numa situação dessas. Brigar por vaga de UTI para bebê de alto risco, antes mesmo que o parto aconteça, não ter luva no tamanho adequado e outros materiais necessários, enfrentar modismos inconsequentes, a mídia, e por aí vai... Se ser médico fosse apenas a parte científica da profissão, seria um paraíso!
Essa foto me trouxe de volta aquela ternura no coração. Obrigada, Lo Lopes.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
Chuva
Existe uma melancolia doce
Quando o céu resolve chorar
E um susto momentâneo
Quando esbraveja sua dor
Relâmpagos revelam por momentos
As palavras que descrevem os afagos
Que não demos, mas escrevemos
No diário silencioso do coração
Como se as cinzas dos nossos amados cremados
Finalmente fossem lavadas da atmosfera
Em direção ao chão
Como se todo pedido prontamente atendido
Tivesse bastado ao amor, mas foi pouco
Frente à sede da paixão
("Me liga."
"Mais que isso. Me importo.
Pro resto da minha vida.")
Quando o céu resolve chorar
E um susto momentâneo
Quando esbraveja sua dor
Relâmpagos revelam por momentos
As palavras que descrevem os afagos
Que não demos, mas escrevemos
No diário silencioso do coração
Como se as cinzas dos nossos amados cremados
Finalmente fossem lavadas da atmosfera
Em direção ao chão
Como se todo pedido prontamente atendido
Tivesse bastado ao amor, mas foi pouco
Frente à sede da paixão
("Me liga."
"Mais que isso. Me importo.
Pro resto da minha vida.")
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
Assombrada
E eu teria morado
Em mil casarões
De janelas que batem
E espelhos que se partem
De objetos que voam
E murmúrios que ecoam
Luzes que se acendem e se apagam
E relógios que badalam (fora de hora)
Desde que não tivesse testemunhado
A maldade palpável, o horror
A traição, o ranço embalado
Em um coração de mulher
Porque exorcismo nenhum apaga
O que foi feito pelos vivos
E ninguém merece ter tido a praga
De uma mãe que prostitui os filhos
("Meninos, eu vi!")
Em mil casarões
De janelas que batem
E espelhos que se partem
De objetos que voam
E murmúrios que ecoam
Luzes que se acendem e se apagam
E relógios que badalam (fora de hora)
Desde que não tivesse testemunhado
A maldade palpável, o horror
A traição, o ranço embalado
Em um coração de mulher
Porque exorcismo nenhum apaga
O que foi feito pelos vivos
E ninguém merece ter tido a praga
De uma mãe que prostitui os filhos
("Meninos, eu vi!")
domingo, 3 de janeiro de 2016
Professor
No dia em que eu
Sentir saudades
Me faltarão dedos para contar
As vezes em que amei você
E as coisas
Que eu nunca contei pra você
E as situações
Em que pude contar com você
Ao tomar conta de alguém
E tudo o que eu vivi
No meu faz-de-conta
Em que não dei conta de ser feliz
E no frigir dos ovos
Afinal de contas
Hoje me dou conta
Na prestação de contas que não houve
Foi uma linda história de amor (sem conta)
Se arredondarmos a conta
Sentir saudades
Me faltarão dedos para contar
As vezes em que amei você
E as coisas
Que eu nunca contei pra você
E as situações
Em que pude contar com você
Ao tomar conta de alguém
E tudo o que eu vivi
No meu faz-de-conta
Em que não dei conta de ser feliz
E no frigir dos ovos
Afinal de contas
Hoje me dou conta
Na prestação de contas que não houve
Foi uma linda história de amor (sem conta)
Se arredondarmos a conta
sábado, 2 de janeiro de 2016
Sobre a Serenidade
Dar uma pausa
Também é viver
Respirar, avaliar
Reunir forças para continuar
Considerar as lições aprendidas
Antes de encarar as próximas
Verificar a cicatrização das feridas
Antes de se expor à caminhada
Sentir-se plena
Também é renascer
Na quietude do coração
Na paz de tudo funcionando bem
No intervalo entre as paixões
A brisa acaricia o rosto
Entre uma febre e outra
E tudo é mesmo muito bom
Porque até mesmo o mais corajoso marujo
Aprecia o mar em calmaria
E a fera mais sedenta
Gosta da barriga cheia após a caçada
E enquanto o coração pulsar
A nova grande emoção estará bem ali,
Atrás da próxima grande rocha,
Na virada da próxima esquina...
Também é viver
Respirar, avaliar
Reunir forças para continuar
Considerar as lições aprendidas
Antes de encarar as próximas
Verificar a cicatrização das feridas
Antes de se expor à caminhada
Sentir-se plena
Também é renascer
Na quietude do coração
Na paz de tudo funcionando bem
No intervalo entre as paixões
A brisa acaricia o rosto
Entre uma febre e outra
E tudo é mesmo muito bom
Porque até mesmo o mais corajoso marujo
Aprecia o mar em calmaria
E a fera mais sedenta
Gosta da barriga cheia após a caçada
E enquanto o coração pulsar
A nova grande emoção estará bem ali,
Atrás da próxima grande rocha,
Na virada da próxima esquina...
Sugestão
Não me queira pura
Não dormi cem anos
Esperando-o chegar
Na minha vida
Não me queira transparente
Uma mulher tem direito
Ao seu pacote de segredos
Para manter as coisas interessantes
Não me queira mágica
Sou um ser humano como você
Inspirarei sentimentos bons e ruins
E desapontarei, às vezes
Não me queira leve
Carrego as minhas histórias
Numa memória de elefante
Tentarei, com você, uma nova
Não me queira suave
Se arrancar as minhas asas
Reagirei mostrando
A minha face mais feia
Não me queira
Queira apenas
O que pode ser vivido
Ao meu lado
(E pode vir a ser muito bom)
Não dormi cem anos
Esperando-o chegar
Na minha vida
Não me queira transparente
Uma mulher tem direito
Ao seu pacote de segredos
Para manter as coisas interessantes
Não me queira mágica
Sou um ser humano como você
Inspirarei sentimentos bons e ruins
E desapontarei, às vezes
Não me queira leve
Carrego as minhas histórias
Numa memória de elefante
Tentarei, com você, uma nova
Não me queira suave
Se arrancar as minhas asas
Reagirei mostrando
A minha face mais feia
Não me queira
Queira apenas
O que pode ser vivido
Ao meu lado
(E pode vir a ser muito bom)
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
Natureza
Fiz
Achando que estava escolhendo
Fiz
Achando que estava vivendo
Paguei
O preço da escolha
Sem mimimi
Daí vem o senhor
Doutor cientista
Diz que não escolhi
Que é quem eu sou
Está no DNA
Pois eu digo:
Tanto faz!
Fiz
Gostei
E gozei
E farei de novo!
;)
Achando que estava escolhendo
Fiz
Achando que estava vivendo
Paguei
O preço da escolha
Sem mimimi
Daí vem o senhor
Doutor cientista
Diz que não escolhi
Que é quem eu sou
Está no DNA
Pois eu digo:
Tanto faz!
Fiz
Gostei
E gozei
E farei de novo!
;)
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