quarta-feira, 26 de abril de 2017

Paraíso

Eu não sei o que esperar da vida após a morte
Mas tenho fé que fantasmas não são surdos
Porque quero continuar a escutar as músicas
Que me levam a pessoas, momentos e sentimentos já vividos
Como acontece hoje

E confio em Deus
Que fantasmas não são mudos
E a eles é permitido
Sussurrar palavras de amor
Aos queridos quando dormem

E fantasmas são levinhos
Mas ainda têm o tato
Pra alisar gato, cachorro e raposa
(Raposa, sim, que eles já morreram!)
E sentir o pouso da borboleta

O paladar e olfato eu dispenso
Se o preço deles for a fome
A visão há de ser melhor
Para as nuances de todo bem que é invisível
Quando estamos ocupados vivendo

Eu nem sei se existe Céu
Nem se eu pertenceria a ele
Mas se existir, tenho esperança
Será a reprodução
De tudo o que deu certo pra mim na Terra

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